quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Falando Sobre: "Entre a Carne e a Liquidez - o corpo contemporâneo"

Assumo aqui um primeiro rascunhar sob um caminho, uma sombra cotidiana que desenha estratos subjetivos do corpo contemporâneo. Será ontem a carne e hoje a liquidez?
O texto não fecha, mas propõe questionar entre um corpo que foi e permanece, e um corpo que esta e parece ser adiante.
Foucault (2011) nos apresentou a carne que treme diante do desconhecido, dos controles religiosos e sexuais. Teceu espaços discursivos entre dispositivos e mecanismos históricos que encrava ao corpo sentidos da culpa, do poder e da loucura. Foucault assume desmistificar vozes da pureza.
O corpo parece continuar a sangrar, mesmo que coberto por aparatos tecnológicos que tendem a inventar algum puro, sabendo da não existência do mesmo. Um corpo que se revolta para si com apatia, alguma dês-luta de si. Um corpo que coagulava o sangue com sangue, mas que neste instante parece coagular com linhas da esperança eufórica, por saber que ela não existe.
A liquidez pode ser estas redes infinitas de informações, que alguns parecem confundir com educação. A liquidez pode ser imaginar estas redes sendo corpo, os dos encontros e desencontros efêmeros, que não parecem esperar o gozo.
O corpo desenha para si uma performance entre Galeano e algum gesto que desaprendeu causar tremor. Às vezes mais Galeano, às vezes mais ausência. Um caminho para a ausência. Que ausência?
As espessuras urbanas re-faz o corpo com seu constrangimento cotidiano para a impossibilidade de respirar. Respirar? Escorre ares que confunde leveza ao peso da não mais saída, parece compreendida e aceita a dor que move o corpo sem saber.
“te - estranho” uma amiga pronunciou isso como idéia ao ar, ao corpo mais a frente, e fiquei a pensar o que pode ser “te - estranho” quando o corpo reage seu lugar há muito tempo silenciado. O corpo é um duplo, carne – liquidez?
Li que o corpo mais parece um delinquente (CERTEAU, 2005) para o texto da ordem, pois foi, mas pode ser, quando a carne se assume, e encrava seus desejos, voa como não saturação. A religião tem o rosto liquido? O videodança é um entre carne e liquidez?
O corpo, o discutimos quando reconhecemos que a transcendência deve ser re-discutida. O corpo presencia seu próprio espelho, mas que imagem se torna real (fica a pergunta), penso que o corpo contemporâneo parece mais esquizo como própria razão para justificar alguma existência.

2 comentários:

  1. ola,

    quem se interessar nas referencias que estão no texto, são:

    - Os Anormais, de Michel Foucault;
    - A invenção do cotidiano, do Michel de Certeau;
    - Bocas do Tempo, de Eduardo Galeno.

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  2. vc, hein, yan, fez uma salada de conceitos no texto.. feito procurar um programa no controle remoto.. no fim a gnt tem ideia do q vc ta falando, mas sabe que cada canal q passou tem um programa de uma hora de duraçao..

    justificar a própria existência é um troço inocente da nossa parte. sempre achei... mas nunca desisto. e quando eu canso, me finjo de vítima.

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