terça-feira, 29 de novembro de 2011

audiência pública na Câmara Municipal de São Paulo

A Fernanda é uma menina danada. Toda sexta-feira a vejo chegando apressada com um copo de açaí na mão, acabando de sair de uma aula da graduação que ela cursa em Artes do Corpo pela manhã (de teoria da dança, ministrada pela Helena) pra passar a tarde toda assistindo a mais uma aula da Helena, essa na pós-graduação, que esse ano está direcionada à reflexão sobre um fenômeno que só passou a existir pela relação com a internet e as redes sociais, o FOMO (Fear Of Missing Out). De quebra, do final da tarde até umas nove horas da noite, a Fernanda é companheira das reuniões do Centro de Estudos em Dança. E depois, geralmente corre pra alguma apresentação e só depois volta pra casa, que é próxima ao autódromo de Iterlagos (e distante do centro da cidade).

Além de atividades acadêmicas, ela participa ativamente de um movimento daqui chamado A dança se move, que se reúne mensalmente desde setembro de 2006, na Câmara Municipal de São Paulo, para “discutir novos programas para o incentivo e produção” das artes do corpo. O movimento é organizado, principalmente, “por dois organismos representativos da dança na cidade de São Paulo: Mobilização Dança e Cooperativa Paulista de Dança”, como ela me explicou.

E foi ela que me avisou sobre um evento que aconteceu na quarta-feira (16). Fui na Câmara Municipal de São Paulo e dei de cara com cerca de 100 artistas artistas da dança (ou mais) ocupando o plenário Prestes Maia, em que havia também representantes da Secretaria Municipal de Cultura, dentre eles, Carlos Augusto Calil, o secretário de Cultura da cidade. Os artistas estavam ali, naquela manhã de chuviscos e muito trânsito, para fazer frente a um suposto corte de 16% no orçamento do Fomento à Dança.

Apesar do Movimento A Dança se Move e das negociações com o poder público, foi anunciado no mês de novembro que em 2012 seriam cortados 16% da verba do Fomento à Dança. A classe organizou uma manifestação contra essa situação inaceitável dado o momento que estamos vivendo. Então, no dia 16 de novembro de 2011, dia da discussão orçamentária da Cultura de 2012, um número considerável de pessoas envolvidas na produção de dança da cidade compareceu à Câmara Municipal, portando faixas e uma carta que manifestava a indignação diante desse fato. O corte foi revisto e cancelado, assim como existe a possibilidade de um reajuste positivo para a dança. Agora é só aguardar o remanejamento dos recursos para informações mais precisas sobre isso.  (Fernanda Perniciotti)


No final da semana será postado o último texto da conexão SP. A Carol Araújo vai contar um pouco sobre o trabalho que vem desenvolvendo na produção de um filme sobre a dança de Antonio Nóbrega.

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