quarta-feira, 14 de março de 2012

não me diga adeus


Não Me Diga Adeus (Aracy de Almeida) by Sheila Ribeiro e Núcleo do Dirceu from dona orpheline on Vimeo.

Logo que o Marcos me convidou para contribuir com a sessão “videodança” do blog Movimente, comecei a pensar no que havia me tocado das obras que assisti nos últimos meses.

Achei interessante o projeto "Lugar para ficar em pé – carnaval mental, precariedade erótica" (2008), desenvolvido em Teresina (PI) pela Sheila Ribeiro com o Núcleo do Dirceu, com participação de profissionais do Teatro Municipal João Paulo II e dos videoartistas Alexander Galvão, Alex Coimbra e Oswaldo Jales.

Sheila estuda no programa de comunicação e semiótica na PUC-SP e sua pesquisa de doutorado é sobre corpomídias na metrópole comunicacional lido, entre outros conceitos, por um que ela mesma criou, o de “congruência absurda”. Foi durante as aulas que me interessei em conhecer mais sobre seu trabalho artístico.

O blog do Núcleo do Dirceu descreve “Lugar para ficar em pé - carnaval mental, precariedade erótica” da seguinte maneira:
Avenidas longas e largas exibem lojas de carros multinacionais. O sol reflete no asfalto. Prédios de estética novo-rico com suas janelas brilhantes, sacadas, condomínios com guaritas e câmeras de vigilância. A imagem privilegia a imitação (de mármore, de corporativismo e outras). Casas populares, muros com poeira. Outdoors propõem um Ipod como uma jóia; cursos de informática prometem melhor lugar no futuro; cursos de inglês, um passaporte para o mundo, mostram a insuficiência do saber atual e ameaçam exclusão do circuito; perfume globalizado perfuma o desejo da cidade; uma mulher latina vende um jeans e seus dotes eróticos. A idéia de trabalhar em Teresina – aldeia metropolitana-, no bairro do Dirceu-ex-periferia, novo lugar transformador e em transformação - e com o Núcleo de Criação do Dirceu, a convite de Marcelo Evelin, seduziu Sheila Ribeiro, da companhia Dona Orpheline que permanecerá na cidade durante um mês.

(…) Sob o pretexto de videoclipes, com músicas de amor, Sheila Ribeiro faz uma leitura do contexto sócio-cultural e político desta cidade. A partir de locações de Teresina, utiliza-se de placas de ruas com nomes de militares, coronéis, indigenas – poderosos e oprimidos (como por exemplo, o de Domingos Jorge Velho) – que constroem e formam a psiquê de vigilância constante desta cidade; explora também o clichê da aridez, utilizando a vegetação de cactus, porém em jardins artificiais. As músicas são diversificadas seja em termos etários, culturais e de experiências subjetivas. Exploram desejo reprimido, desejo mal-usado, doçura, histeria, repressão, ambiguidade etc. Entre elas, “Não me diga adeus”, de Aracy de Almeida – grande cantora do rádio e ex-jurada do programa de calouros Silvio Santos (...).

(texto na íntegra disponível em: http://www.nucleododirceu.com.br/lugar-para-ficar-em-pe/)

"Não me diga Adeus" foi uma das videodanças produzidas por eles. Outras duas (Wild in the wind e Pazza Idea), estão disponíveis em: http://vimeo.com/18414832

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